Antananarivo - Madagascar, Outubro de 2014.
“Como são belos os pés do mensageiro que traz boas notícias, que
anuncia as boas-novas, proclama a Salvação”- Isaías 52:7
É interessante perceber como Isaías relata a beleza da chegada da esperança à um povo. Ainda nos dias de
hoje é difícil imaginar que existem milhares de povos que ainda não conhecem as
boas novas do evangelho, são milhões de pessoas no continente africano (sem
citar povos de outros continentes). Só em Madagascar, dos 18 povos existentes,
estimasse 13 não alcançados (espalhados por todo o país), a maioria em lugares
de difícil acesso e recursos limitados .
O foco de nosso trabalho tem sido pesquisar, conhecer e priorizar
os não alcançados da Ilha e, ainda que para chegar à estes nos exija longas e
desafiadoras jornadas, “pisar” em um lugar onde jamais nenhum outro missionário
havia antes pisado traz à nós uma sensação indescritível e única. Uma mistura entre
alegria e privilégio X responsabilidade e pequenez. O que
reafirma a nossa necessidade em viver na dependência de Deus e o apelo por mais
obreiros e intercessores.
Após três anos vivendo aqui, conhecendo e visitando diferentes
comunidades, percebemos que embora os povos de Madagascar apresentem diferenças
em cultura e língua eles têm algumas similaridades como: adoração aos
ancestrais, sacrifício de animais,
altares aos mortos; pedras, montes e árvores sagrados... São cheios de
superstições, regras e tabus. Vivem em um ciclo onde amarrados pelas
necessidades físicas se aprisionam também à miséria espiritual. Por exemplo:
pela ausência de médicos, buscam os feiticeiros; pela ausência de comida vendem
seus filhos, etc). Pessoas
hospitaleiras, geralmente muito trabalhadoras (aliás, mulheres e crianças
também trabalham como um homem adulto), magníficos com trabalhos manuais
(pedra, madeira, palha). Uma população de maioria jovem (até 14 anos), vivendo
com muito pouco ou quase nada. Povos que nunca tiveram a oportunidade, mas que
desejam conhecer o evangelho. Pessoas que necessitam conhecer o poder
libertador do amor de Deus.
Nos últimos três meses, encontramos e visitamos 17 vilarejos que
representam 3 diferentes povos de Madagascar: Antandroy, Antanala e Antakarana.
Temos ainda muito trabalho pela frente, existem ainda muitos outros povos e
lugares à chegar. O nosso objetivo é poder trazer equipes missionárias que
estejam dispostas a viver em meio à estes povos com o intuito de alcançá-los
através do relacionamento, visto que alguns destes não aceitam a presença de
igrejas.
Louvamos a Deus todos os dias por termos aceitado o desafio desta
missão. Deus é fiel e temos provado disto em todo o tempo. O preço já pago por
nós por meio de Cristo não chega aos pés de nossas renúncias. Jesus ama a cada povo e nação e deseja nos (eu e você) usar pra alcançá-los. Ferir ou calejar “os pés” faz (ou deveria
fazer) parte da jornada cristã, seja onde for. Afinal, fomos chamados como
igreja à amar, seguir o caminho da cruz e conquistar as nações para a Glória de
Deus.
Ore conosco:
* Por nossa família (saúde física, emocional e espiritual;
educação dos filhos);
* Pela equipe Miaf, por Madagascar e pelos povos não alcançados da
África;
* Ore por Rodrigo que tem coordenado a área de pesquisa por povos
não alcançados em Madagascar (saúde, sabedoria e segurança nas viagens);
Motivo especial de Gratidão:
* A vinda de nossos pais (Edson, Célia e Antônio) e o privilégio
que tivemos de estar com eles no mês de agosto em um lugar muito bonito da
ilha, também pela oportunidade de matar um pouco a saudade que muitas vezes
aperta o nosso coração. Expressamos a nossa gratidão à Deus e à nossos pais
pelo tempo especial que passamos juntos.
Continuamente agradecidos por cada parceiro intercessor e
mantenedor,
Em Cristo Jesus,
Pr. Rodrigo, Valeska, João Pedro e Asafe.
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